Estado quer ver escolas funcionando

O governador Luiz Henrique da Silveira manteve ontem o pedido para que as escolas catarinenses não suspendam as aulas. As que já pararam as atividades devem retomar o ano letivo, na avaliação do Estado. Na saída de uma reunião a portas fechadas, Luiz Henrique informou ter feito um acordo com prefeitos para a retomada das atividades já a partir de hoje. Das 71 cidades onde as aulas estão suspensas, apenas 14 confirmaram que vão cumprir o pacto.

Pelos cálculos do Estado, a soma de cidades que retomarão as atividades escolares hoje é de 30, e a expectativa é de que, até sexta-feira, o número suba para 39.

Os colégios de Joaçaba, Chapecó e Campos Novos só voltarão na semana que vem. De acordo com o governo catarinense, representantes das três cidades pediram um tempo maior em função do mau tempo e para reorganizar as instalações.

Em Tubarão, onde o número de casos somado às três mortes motivaram a própria secretaria estadual a incentivar a suspensão das aulas, uma reunião marcada para hoje pelo prefeito deve decidir o dia de retorno das atividades escolares.

A reunião de ontem contou com a presença de 22 prefeitos catarinenses, que são presidentes de associações de municípios.

Por causa da gripe A, 87 das 293 cidades do Estado suspenderam as aulas. O número foi reduzido ontem, quando colégios de 16 cidades reabriram as portas.

Para o presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), Ronério Heiderscheidt, o ideal seria que os prefeitos fizessem valer o pacto firmado com o governador. Ele disse que o objetivo é que haja consenso entre as ações, sem comprometer o ano letivo, que, conforme a lei, precisa ter 200 dias.

O governador considerou novamente a medida de fechar as escolas desnecessária em função da maioria dos atingidos pela gripe A terem entre 20 e 50 anos. A nona vítima da doença no Estado, confirmada ontem, em Lages, tinha 42.

O paciente apresentou sintomas no dia 22 de julho, foi internado no Hospital Tereza Ramos no dia 25 e morreu dois dias depois. Ele apresentava fatores de risco, como problemas cardíacos e hipertensão.

Causa confirmada só depois de 19 dias

Como a causa só foi confirmada 19 dias após a morte, o secretário estadual de saúde, Dado Cherem, ressaltou que foi comprado mais um aparelho para que o Laboratório Central (Lacen) faça os exames.

A aquisição representa investimento de R$ 600 mil, mas deve garantir a realização de cem exames por dia, agilizando o resultado em 72 horas. A previsão continua sendo de que os trabalhos comecem a ser feitos entre a última semana de agosto e a primeira de setembro.

A doença em SC (anexo)

Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8532.
Editoria: Geral.
Página: 19.
Jornalista: Mariana Ortiga.