O campo encolheu em área e postos de trabalho, mas a sua produtividade cresceu em SC. A análise tem como base no Censo Agropecuário do IBGE, divulgado ontem (veja quadro). Além disso, o Estado aparece como o segundo com menor concentração de terras no país, atrás apenas de Roraima e bem abaixo da média nacional.
O estudo deu ênfase ao peso da agricultura familiar na cesta básica dos catarinenses e dos brasileiros. Dos 193,6 mil estabelecimentos agropecuários de SC, 168,5 mil, ou 87% do total estavam incluídos nesta categoria – no país, o índice é de 84%.
Segundo o censo, no Estado, 63,8% do arroz em casca, 79,2% do feijão preto, 93% da mandioca, 87,1% do leite de vaca, 67,8% do plantel de aves e 66% do de suínos têm origem nas pequenas propriedades.
Para o ministro interino do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Daniel Maia, os números são motivo de comemoração.
– Há um conjunto de ações que garantem segurança e estabilidade para o produtor, como o Plano Safra da Agricultura Familiar (Pronaf) e a Previdência Rural. Antes, os produtores migravam para a cidade. Agora, podem ficar no campo – afirmou.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, discordou publicamente da avaliação feita pelo colega de governo. Para ele, como o IBGE incorporou à agricultura familiar as pequenas propriedades, o desempenho do setor ganhou destaque e ofuscou a importância do agronegócio na balança comercial.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) criticou o aumento da concentração de terras revelado pelo estudo, o que, na visão da entidade, demonstra que a política agrária do governo não deu resultados.
– Não basta dar a terra, é preciso dar condições para que o produtor permaneça nela – observou a coordenadora de assuntos econômicos da CNA, Rosimeire Santos.
Evolução do campo (anexo)
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8578.
Editoria: Economia.
Página: 17.