Os prefeitos de 35 municípios do Oeste de Santa Catarina fizeram greve ontem. Eles paralisaram total ou parcialmente a prestação de serviços em suas cidades, aderindo ao Dia Nacional em Defesa dos Municípios.
O ato teve como objetivo sensibilizar o governo federal para aumentar o repasse de recursos, já que os prefeitos recebem apenas 15% do bolo tributário, contra 25% dos estados e 60% da União.
Os prefeitos reclamam que a queda na arrecadação, deixou os municípios sem fôlego financeiro para cumprir compromissos básicos como de prestar atendimento na Saúde e manter escolas funcionando. Isso sem contar que a máquina administrativa
Para agravar a situação, neste ano ocorreu uma diminuição no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). De acordo com a Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), houve uma queda de 6% na arrecadação, o que significa R$ 67 milhões a menos nas prefeituras.
O prefeito de Maravilha, Orli Berger (PTB), teve que adiar a renovação do parque de máquinas devido a uma queda de quase R$ 300 mil na arrecadação, de R$ 2,2 milhões por mês, para R$ 1,9 milhão.
– Houver redução do FPM e outras receitas devido ao impacto da crise econômica mundial – disse Berger.
Em Nova Itaberaba, o prefeito Antônio Ferrarini (DEM) já havia adotado turno único, demitido quatro funcionários e ontem fechou as portas da prefeitura por um dia. Só funcionou o plantão da saúde.
O serralheiro Elton Civa disse que tinha fila para o atendimento no posto de saúde. Ele avaliou que o serviço de saúde não deveria parar. O comerciante Darci Rossoni vai ter que esperar até a próxima semana para a retirada de terra que a prefeitura faria na sua propriedade, para melhorar o acesso de veículos. O serviço seria feito ontem.
Escola ficou fechada em Nova Itaberaba
A paralisação das prefeituras refletiu até nas escolas. O estudante Junior de Castro, do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Serafin Enoss Bertaso, não teve aula ontem.
– Atrapalha os estudos pois já paramos 30 dias devido a gripe A – disse o estudante.
O diretor da escola, Marciano Pagliarini, afirmou que não havia transporte e, como 85% dos 650 alunos são do interior do município, não havia como manter as aulas.
Em Cordilheira Alta, só funcionaram o expediente interno na prefeitura e o plantão no posto de saúde. As aulas não foram suspensas. Algumas cidades como Chapecó e Xanxerê não paralisaram as atividades administrativas e a prestação de serviços, mas apoiaram o ato.
Onde foram feitas as paralisações (anexo)
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8602.
Editoria: Política.
Página: 6.
Jornalista: Darci Debona, Nova Itaberaba.