Os grandes projetos nas áreas de energia elétrica e de telecomunicações continuarão a liderar a expansão da infraestrutura do País, que deve receber R$ 274 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos – a maioria dos recursos será aplicada durante a administração do próximo governo.
A projeção é de um novo estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que prevê aumento de 37,3% nos investimentos do setor entre 2010 e 2013 comparado com os R$ 199 bilhões entre 2005 a 2008. O ano de 2009 ficou fora da comparação porque os dados não estão fechados.
Do total de investimentos para o atual quadriênio, 33,6% virá de projetos de geração, transmissão e distribuição de energia. Os R$ 92 bilhões previstos até 2013 com grandes obras, como as hidrelétricas na Região Norte e a terceira usina nuclear de Angra dos Reis, vão significar aumento de 35,7% no setor em relação ao período entre 2005 e 2008.
Para os técnicos do BNDES, o volume pode ser ainda maior, já que novos projetos poderão surgir nos próximos anos, consolidando a liderança da energia elétrica na expansão da infraestrutura. O lugar foi das telecomunicações entre 1997 e 2001 e vinha sendo dividido pelos dois setores.
O banco considerou que as duas usinas em construção no Rio Madeira (Jirau e Santo Antônio) devem receber R$ 20 bilhões nos próximos quatro anos. A usina de Belo Monte, cujo leilão está previsto para abril, deve ter nesse período R$ 8 bilhões consumidos do seu orçamento. Eles também consideraram R$ 8 bilhões previstos em 70 projetos de energia eólica.
Embora a previsão de crescimento dos recursos para telecomunicações nos próximos quatro anos seja de quase estabilidade (0,8%), o setor manterá forte influência no conjunto de investimentos estruturantes. Entre 2010 e 2013, deve responder por R$ 67 bilhões, 24,5% do esperado para os seis setores mapeados pelo BNDES.
"Há planos importantes em telecomunicações, como as tecnologias de 3G e TV digital, mas são projetos menos intensivos em capital do que a estrutura que consolidou a telefonia fixa e implementou a móvel, entre 1997 e 2001", diz Fernando Puga, chefe do Departamento de Acompanhamento Econômico e Operações do BNDES. "Agora, os projetos passam mais por manutenção e atualização, numa lógica mais de responder à concorrência."
O gerente da área de Pesquisa e Acompanhamento Econômico do BNDES, Gilberto Borça Jr., destaca que energia e telecomunicações continuarão a moldar a expansão da infraestrutura nos próximos anos, com quase 60% dos investimentos, mas destaca a perspectiva de um salto em áreas, como logística e saneamento, que viraram um entrave para o desenvolvimento do País.
Veículo: Jornal O Estado de São Paulo.
Editoria: Economia & Negócios.
Jornalista: Alexandre Rodrigues.