FLORIANÓPOLIS – Com ou sem a aprovação da chamada Emenda Ibsen, Santa Catarina tem vantagens garantidas com o petróleo das camadas pré-sal. A avaliação é do geólogo Cosme Peruzzolo, que realizou um estudo para a Federação das Indústrias de SC sobre as oportunidades de negócios. Independente da pendenga sobre os royalties, que pôs Rio de Janeiro e Espírito Santo em pé de guerra com o Congresso Nacional, o Estado tem proximidade com a área do pré-sal. Ontem, os cariocas fizeram protestos contra a emenda.
Peruzzolo acredita que o pré-sal vai atrair ao Estado empresas para construção naval, portos para importação e exportação de equipamentos. Favorece a indústria de base para as plataformas, que podem fabricar equipamentos. Por fim, o geólogo destaca o elevado nível de instrução dos profissionais em SC.
Por outro lado, existe área de exploração nas camadas pré-sal dentro dos limites marítimos catarinenses, delimitados pelo IBGE. Caso o Estado venha a ser um grande produtor, o benefício da distribuição de royalties segundo a emenda Ibsen poderia deixar de existir.
– O pré-sal que existe em SC ainda está em pesquisa pela Petrobras. Até o momento, nada garante que haja reservas significantes. Tem muita água para rolar – observa.
Senadora afirma que aproximação das eleições cria guerra entre estados
Defensora dos royalites do petróleo para o Estado há 20 anos – numa disputa com o limite territorial com o Paraná -, a senadora Ideli Salvatti acha justa a emenda Ibsen "em tese". Ela entende que o petróleo é do povo brasileiro e deve ser distribuído a todos. O problema seria mexer em contratos anteriores, que já estão em vigor.
– Corremos o risco de implementar uma tese correta e incorrer em erros judiciais. Não podemos aprovar algo que, ao invés de fazer justiça, se transforme em guerra judiciária que ninguém se beneficia. Seria um efeito diferente do proposto.
A senadora afirma que este não é o momento ideal para discutir royalites, em "aquecimento de campanha eleitoral", porque acaba virando uma guerra entre estados. Para ela, este é o momento de definir o modelo de produção – se por partilha ou concessão – e a capitalização da Petrobras, que está com o plano de investimentos parado.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11889.
Editoria: Política.
Página: 9.