A retomada de investimentos em ferrovias em Santa Catarina é considerada importante e estratégica porque oferecerá uma alternativa a mais de transporte, estimulando a concorrência.
Com isso, a disputa no mercado aumenta, os serviços melhoram e os custos do frete se tornam mais atrativos, principalmente os de longa distância.
Para o técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fabiano Pompermayer, as ferrovias oferecem a facilidade de transportar grandes volumes com um custo bem menor.
– O custo de implantação de uma ferrovia é, no mínimo, o dobro do de uma rodovia. Por isso que somente o transporte de grandes cargas vale a pena. Não é viável, por exemplo, transportar a confecção de Blumenau por trem. Mas a produção agrícola a granel, sim.
Investimento é válido para grandes cargas
Ele afirma que uma ferrovia é economicamente viável quando transportará mais de 300 mil toneladas mensais.
Pompermayer considera que a produção catarinense, que gira em torno de 500 mil grãos por mês, ainda é muito pequena para viabilizar um investimento tão alto.
O Brasil priorizou o transporte rodoviário na década de 1950 e viu sua malha férrea ser sucateada para só depois ser privatizada, em 1997, quando as concessionárias retomaram investimentos e operações de transporte e cargas por trilhos.
Mesmo sendo até 15% mais barato para o transporte de cargas pesadas e com o potencial de desafogar as rodovias, o setor participa com pouco mais de 20% na matriz de distribuição do transporte no Brasil.
Em Santa Catarina, o volume não passa de 5%, segundo a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc).
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8891.
Editoria: Geral.
Página: 30.
Jornalista: Francine Cadore (francine.cadore@diario.com.br).