TIMBÓ – Os atendimentos realizados a moradores de quatro cidades da região na Policlínica e Pronto Atendimento (CEMUR), mantidos pela Administração de Timbó, podem ser interrompidos pelos altos custos operacionais e a falta de apoio financeiro do Estado e municípios beneficiados. O alerta é do prefeito Laércio Schuster Júnior, que resolveu tornar pública a difícil situação da Saúde na região para que se possa encontrar uma solução conjunta entre as partes interessadas. Atualmente, a Administração de Timbó arca com mais de R$ 500 mil anuais para atender moradores de outros municípios. Uma reunião, hoje, na Secretaria de Desenvolvimento Regional – SDR de Timbó vai discutir a questão.
O prefeito de Timbó, Laércio Schuster Júnior disse que a Administração Municipal está cumprindo um pacto entre os municípios de Timbó, Rio dos Cedros, Benedito Novo, Doutor Pedrinho e Rodeio e o Governo do Estado para a manutenção do atendimento de emergência e especialidades, que são administrados pela Secretaria Municipal de Saúde de Timbó. Com o passar dos anos, segundo Laércio, a demanda de pacientes aumentou mais de 50% e os custos operacionais se tornaram inviáveis para o município de Timbó. Como consequência, a qualidade dos serviços vem decaindo, pois não há recursos para aumentar o número de profissionais e a infraestrutura para o atendimento.
Quando assumiu o governo, em janeiro de 2009, Laércio disse que o número de atendimentos girava em torno de 1.800 por mês, incluindo pacientes de Timbó e região. No decorrer do ano esse número cresceu de forma expressiva e saltou para três mil atendimentos por mês. "Em 2010, até agosto, já superamos o número registrado em todo o ano de 2009 e ainda temos quatro meses pela frente", alertou Laércio. Se continuar crescendo nesse ritmo, Laércio prevê que o sistema não poderá continuar oferecendo a mesma qualidade de hoje.
Para exemplificar as dificuldades que Timbó está enfrentando para manter o sistema, Laércio revela que cada atendimento tem um custo estimado em R$ 105,00. Neste cálculo, estão computados todos os custos operacionais, como pessoal, estrutura funcional, materiais e remédios. Deste valor, o Estado repassa ao município apenas R$ 10,00 por atendimento, sendo que o restante, R$ 95,00 são bancados pela Administração Municipal.
Na avaliação de Laércio, se o Estado não aumentar suas contribuições e os prefeitos da região não se empenharem em resolver a situação, "não teremos outra alternativa a não ser suspender o pacto e atender apenas a população de Timbó". Laércio ressalta que desde o mês de abril deste ano vem alertando aos secretários municipais de Saúde e, mais recentemente, aos prefeitos envolvidos e aos representantes do Estado sobre as dificuldades que Timbó enfrenta para sustentar o sistema de saúde. "Quero evitar que aconteça aqui o que ocorreu em Blumenau, onde a Administração suspendeu o atendimento para a região, em função de dificuldades similares a que Timbó enfrenta atualmente. Felizmente, em Blumenau conseguiram repactuar e os serviços foram parcialmente normalizados. Queremos que ocorra o mesmo aqui em Timbó, pois nos preocupamos com os moradores das cidades vizinhas e também com os timboenses".
Veículo: Jornal do Médio Vale.
Edição: 1.227.
Editoria: Timbó.
Página: 3.
Jornalista: Evandro Loes (editor@jornaldomediovale.com.br).