SC bem longe de atingir a meta

Santa Catarina não deve cumprir uma das principais Metas do Milênio, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud): reduzir pela metade o percentual da população não atendida por esgoto sanitário entre 1990 e 2015. Hoje, só 12% da população do Estado têm acesso à rede de esgoto. Em 1990, o índice era de 9,5%.

Pela projeção da Casan, que atende a 198 das 293 cidades do Estado, 70% do esgoto que a empresa coleta continuarão sem tratamento em 2015. Hoje, 19% dos 2,5 milhões de habitantes atendidos pela Casan têm as casas ligadas à rede coletora. Para o presidente do Instituto Trata Brasil (ITB), Édison Carlos, passar para 30% é pouco. O ITB é uma organização que coordena campanhas para universalizar o acesso à coleta e ao tratamento de esgoto.

"Continuar a jogar 70% do esgoto na natureza é muito crítico. As obras são caras e demoram, mas é necessário ser uma prioridade de governo", destaca. Ele ressalta que o índice mínimo de atendimento para alcançar a meta é de 54,5%.

Para chegar a 30% de tratamento de esgoto aos clientes da Casan, será investido R$ 1,2 bilhão, com verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

Em 2010, foram investidos R$ 45 milhões em Criciúma, São José e Florianópolis. Se a previsão de término das obras for cumprida, o número de cidades com esgoto vai passar de 16 para 29. É um grande salto em cinco anos, mas um índice ainda pequeno. Isso significa que 169 dos 198 municípios atendidos pela Casan continuarão a lançar o esgoto na natureza.

Veículo: Jornal A Notícia.
Editoria: AN Estado.
Página: 12.