Em entrevista ao Jornal de Santa Catarina, já como comandante-geral, o coronel falou abertamente sobre alguns dos principais problemas da PM: a falta de efetivo nas ruas, o deslocamento de PMs para outras funções em órgãos públicos e a "divisão" de oficiais e praças em torno da carreira de policial militar.
Jornal de Santa Catarina – A falta de policiais está evidente nas ruas. Em Florianópolis e outros municípios no interior do Estado não se vê PMs nas ruas. O que fazer para melhorar essa situação?
Nazareno Marcineiro – O problema de falta de policiais não é um "privilégio" de Florianópolis. Em todo o Estado temos defasagem bastante marcante. O nosso governador já acenou com a possibilidade de fazermos uma antecipação de inclusão daquele pessoal que foi recrutado para os quatro anos. É um processo. Não é algo que se faz da noite para o dia.
Santa – Quantos policiais virão nesse reforço?
Nazareno – O número que está selecionado é de 2 mil policiais, com possibilidade de aumentar. Para quatro anos é o que está previsto. Não é uma coisa que se faz da noite para o dia. As pessoas que não têm ciência do processo de recrutamento, inclusão, treinamento e colocação não fazem ideia do tempo que demanda. Estamos desde outubro do ano passado em fase de recrutamento.
Santa – Neste ano quantos policiais virão?
Nazareno – Este ano nós vamos incorporar pelo menos mil policiais. Não é suficiente. Há, sim, a necessidade de mais.
Santa – E esses PMs que estão em repartições públicas (fora do policiamento). Há uma queixa da sociedade com relação a isso (interrompe a fala)…
Nazareno – E uma insatisfação minha com relação ao excesso de pessoas (PMs) que estejam em outros órgãos públicos que não a PM.
Santa – O senhor pretende rever essa situação?
Nazareno – Sim. Estaremos trabalhando esse item. Eu espero e conto com apoio dos dirigentes de outros órgãos para que não se crie uma crise institucional e que esses policiais voltem para a caserna para que possamos colocá-los a serviço da sociedade na linha de frente da sociedade. Pretendo fazer isso de maneira bastante politizada.
Santa – A criminalidade está aumentando no Estado nos últimos anos. Como combater isso?
Nazareno – Ela (criminalidade) está crescendo. Existe possibilidade de crescer, vai recrudescer nesse momento de afluxo de pessoas para cá que vêm de outros estados, mas depois tende a baixar. Estamos vivendo um novo momento na história da segurança pública do Brasil e espero que isso reflita bastante em Santa Catarina.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12104.
Editoria: Segurança.
Página: 15.