Celas superlotadas, muros cada vez mais altos, gritos de rebelião. Para especialistas e estudiosos, é consenso que o sistema carcerário brasileiro está bem próximo da falência. Maus-tratos, falta de atendimento médico, racionamento de água e até casos de tortura são denunciados pelos internos das mais diversas penitenciárias do País.
Agentes penitenciários relatam a insegurança na responsabilidade diária de trabalhar em um lugar que deveria justamente gerar segurança para a população.
Esses são só alguns dos problemas que se acumulam nas mesas dos administradores de segurança pública. E Santa Catarina não é exceção. Ainda estamos longe de Minas Gerais, que tem população carcerária de 50 mil presos e déficit de 18,7 mil vagas.
Em Santa Catarina, com população carcerária estimada em 15 mil presos, o déficit alcança a cifra de aproximadamente 6 mil vagas. Falta espaço para abrigar presos condenados e provisórios.
Para encorpar a discussão sobre a eficiência do sistema prisional catarinense, o mês de fevereiro ficará marcado pela maior fuga da história do Estado, quando 78 presos fugiram da central de triagem do complexo prisional de Florianópolis.
Com papel e caneta nas mãos, o presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), João Moacir Correia de Andrade, faz o cálculo do sistema prisional catarinense. O número da população do Estado, estimada em 6,2 milhões de pessoas, numa relação direta com os 14 mil presos, mostra o tamanho do problema. "Os detentos representam 0,22% da população. Nem assim conseguimos resolver os problemas de nossos presídios", diz.
Veículo: Jornal A Notícia.
Editoria: AN Destaque.
Página: 4.
Jornalista: Pedro Santos.