Soluções que nunca chegaram

Em 1911, os limites de Blumenau se estendiam de Lages a Ilhota. O município tinha 48.223 habitantes e desfrutava a chegada do desenvolvimento. Grande parte das residências tinha energia elétrica e a estrada de ferro encurtara os caminhos do Centro até Hansa, atual Ibirama. A região, de economia agrícola, vivia o início da industrialização. O Vale do Itajaí contribuía anualmente com um terço dos rendimentos do Estado.

– A enchente desanimou a população, que estava estimulada pela economia crescente. De repente, caiu o aguaceiro e veio tudo abaixo. Não foi uma hecatombe maior porque a população tinha o medo trazido com a enchente de 1880 – conta o memorialista Niels Deeke.

À época, relatos dos jornais Der Urwaldsbote e Blumenauer Zeitung informam que os prejuízos alcançaram 2 mil contos de réis para os bens particulares e 500 contos de réis na infraestrutura, equivalente hoje a R$ 105,7 milhões e R$ 26,4 milhões, respecitvamente, calcula o professor do doutorado em Ciências Contábeis da Furb Jorge Scarpin. A relevância econômica da região acelerou o apoio federal e estadual. A Alemanha enviou recursos. Em construção desde 1896, a Ponte do Salto só foi concluída em 1913, com o dinheiro doado.

A enchente despertou a necessidade de investir em prevenção. Três soluções principais foram propostas: erguer um muro de arrimo, implantar canais extravasores do Rio Itajaí-Açu e transpor o Centro para áreas mais altas. Ideias que não foram executadas por falta de verbas ou descomprometimento dos governos.

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12337.
Editoria: Geral.
Página: 18.
Jornalista: Cristian Weiss (cristian.weiss@santa.com.br).